Unidade Curricular: | Código: | ||
Projeto de Intervenção Urbanística I | 1203PIU1 | ||
Ano: | Nível: | Curso: | Créditos: |
4 | Ciclo Integrado | Arquitetura | 12 ects |
Período Lectivo: | Língua de Instrução: | Nº Horas: | |
Primeiro Semestre | Português/Inglês | 156 | |
Objectivos de Aprendizagem: | |||
A disciplina visa preparar o aluno para diagnosticar os principais problemas de carácter urbanístico relativos a uma área urbana de grandes dimensões, morfologicamente não consolidada ou heterogénea, concluindo sobre a interdependência entre modelos urbanos e tecidos, hierarquia viária, estrutura de espaço público, etc. Em consequência, o aluno deverá ser capaz de definir um programa de projeto adequado ao diagnóstico produzido e que promova a melhoria territorial, relacionando-o com as potencialidades e condicionantes urbanísticas do local, identificando os aspetos positivos a desenvolver e/ou aproveitar como recursos do projeto. No processo, o aluno ficará capaz de dominar as diferentes fases/escalas do Plano, a estrutura formal e funcional da proposta e a interação entre e a interação entre esta e as disposições de planeamento aplicáveis, devendo ainda ser capaz de fundamentar teoricamente as suas opções e comunicar claramente estes resultados por via oral, escrita e gráfica. | |||
Conteúdos Programáticos: | |||
1 – ANÁLISE DO TERRITÓRIO E PARADIGMAS URBANOS 1.1 – “Tecidos” e “territórios morfológicos”: Elementos de construção/composição urbana, Cidade compacta/Cidade moderna/Cidade-jardim, Escalas de leitura, análise e projecto 1.2 – Análise urbana: mobilidade e hierarquia viária, tecidos “urbanos” (tipologias, formas e funções), património natural e construído, usos e equipamentos, estrutura de espaços públicos, estrutura ecológica 2 – REESTRUTURAÇÃO E FORMAS URBANAS 2.1 – Inserção Urbanística 2.2 – (Elementos de) Estrutura urbana 2.3 – Tecidos urbanos e inter-relação elementar 2.4 – Morfologia Urbana/Tipologia de Espaços Urbanos 2.5 – Articulação forma/função 3. DO CONCEITO AOS INSTRUMENTOS NORMATIVOS 3.1 – Ordem e Liberdade na regulação urbanística 3.2 – O desenho e a regulação 3.3 – Variáveis de regulação e sua adoção | |||
Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objectivos da Unidade Curricular: | |||
O capítulo 1 familiariza o aluno com os principais aspetos que informam uma análise urbanística, a partir da referência a modelos teóricos urbanos paradigmáticos e do reconhecimento da sua presença no território, orientando-o na sistematização dos conhecimentos que lhe permitem diagnosticar o espaço de intervenção. O capítulo 2 sustenta as questões fundamentais de «forma urbana» e a sua aplicação na área de projeto, centrando-se no controlo articulado dos aspetos geofísicos e morfológicos que têm maior expressão numa proposta à escala 1:2000. O capítulo 3 aborda os instrumentos normativos, designadamente os Planos urbanísticos vigentes, e estimula a sua compreensão e referência como recurso criativo de projeto. Ao longo do semestre, as apresentações das várias fases da proposta constituem momentos de discussão que exploram a fundamentação teórica e fomentam o à-vontade “em público”, enquanto testam a capacidade de passar a mensagem oral, por escrito e graficamente. | |||
Metodologias de Ensino (Avaliação Incluída): | |||
A metodologia desta UC assenta, essencialmente, no acompanhamento tutorial do aluno, apoiado e complementado por sessões de exposição teórica e discussão coletiva intra-turma. Em paralelo com o desenvolvimento do projeto são propostos 3 exercícios de curta duração: um de índole prática, que alimenta diretamente o processo de projeto, e dois de carácter teórico, que forçam a reflexão crítica sobre o trabalho em curso. O método de avaliação divide-se em duas componentes: a componente prática-laboratorial que integra duas apresentações do projeto, um exercício de definição espacial ao nível construtivo e a avaliação do desempenho do aluno ao longo do semestre; e a componente teórica que contém dois exercícios – a análise crítica de um espaço público relacionado com o âmbito do projeto e a produção de um portefólio individual. A nota apurada resulta da classificação atribuída a estes vários momentos de avaliação que serão contabilizados em percentagens distintas. | |||
Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objectivos de Aprendizagem da Unidade Curricular: | |||
O acompanhamento tutorial em que assenta de modo essencial a transmissão de conhecimentos nesta UC permite uma reação individualizada perante as dificuldades e lacunas de compreensão de cada aluno, mas também perante as potencialidades de cada um. É, portanto, um método de ensino mais justo na desigualdade que supõe e que mais facilmente se coaduna com orientações adequadas, quer aos diferentes estudantes e aos seus processos/progressos individuais, quer às diferentes soluções de projeto. O desenvolvimento deste processo em sala de aula possibilita e favorece a discussão entre grupos de alunos e intra-turma como processo paralelo de aprendizagem, a qual é transformada em «debate (informal) conduzido» sempre que pertinente. As sessões teóricas pretendem informar a turma sobre aspetos de carácter mais abstrato/geral, quer relacionados com os processos de análise e proposta, quer de representação, quer de abordagem às especificidades da área de estudo, de modo a estabelecer uma base coletiva comum para o percurso individual acompanhado supra referido. Garante-se, assim, ao aluno uma orientação personalizada e adequada à sua evolução, que segue as ideias de cada um, procurando suprir as suas lacunas e explorar as suas potencialidades, favorecendo o trabalho/estudo que prossegue para além das horas de contacto e que, no final, contribui para as otimizar. Em simultâneo, a necessidade de recurso a fundamentação adequada no confronto com os resultados de projeto que se vão obtendo estimula a responsabilização pelas opções tomadas e suporta a gradual autonomização do estudante. No arranque do semestre, um exercício de carácter prático a desenvolver durante 3/4 semanas em grupos de 3 estudantes alicerça o primeiro conhecimento da área de intervenção, o qual é orientado pela obrigatoriedade de estudar temas pré-definidos, promovendo as primeiras discussões internas, posteriormente estendidas aos restantes grupos. No final deste exercício considera-se reunido um conjunto de informação-base que sustenta a partida para os percursos individuais de aprofundamento dessa análise e de projeto, assim como alcançado o domínio básico da articulação entre escalas de representação e os elementos do novo contexto de projeto. A meio do semestre, a análise de um texto cujo conteúdo está intimamente relacionado com a temática disciplinar configura um segundo exercício de curta duração – este de carácter teórico – e um tempo de pensamento crítico sobre a proposta traduzido numa reflexão escrita que cruza e confronta aspetos desse texto com o trabalho desenvolvido até à data. O último exercício de caracter teórico – o portefólio –, a apresentar na última aula do semestre letivo, tem o intuito de confrontar o aluno com o seu processo de desenvolvimento individual, contribuindo para a consciencialização do percurso e concretizando um ato de autoavaliação que é a base de toda a evolução. | |||
Bibliografia: | |||
[1] Cullen, Gordon (1996). Paisagem Urbana. Lisboa. Edições 70 (Ed. Orig. 1971). [2] Kostoff, Spiro (1991). The city shaped: urban patterns and meanings through history. London: Thames and Hudson. [3] Lynch, Kevin (1999). A boa forma da cidade. Lisboa. Edições 70 (Ed. Orig. 1981). [4] Lynch, Kevin (1999). A imagem da cidade. Lisboa. Edições 70 (Ed. Orig. 1960). [5] López de Lucio, Ramón (2007). Construir Ciudad en la Periferia. Madrid. Mairea Libros. [6] Masboungi, Ariella; Manguin, David (2009). Agir sur les grands territoires. Paris: Le Moniteur. [7] Panerai, Philippe et al (1999). Analyse urbaine. Marseille. Éditions Parenthèses. [8] Rodrigues, José Manuel (coord.) (2010). Teoria e crítica de arquitectura: século XX. Lisboa: Ordem dos Arquitectos. [9] Schenk, Leonhard (2013). Designing Cities. Basics, principles, projects. Birkhauser. [10] Secchi, Bernardo (2006). Primeira lição de urbanismo. São Paulo. Editora Perspectiva (Ed. Orig. 2000). | |||
Docente (* Responsável): | |||
Sara Sucena (ssg@ufp.edu.pt) |